Souza e a informática na Dom Vital
Muitas pessoas passaram pela informática da Dom Vital e por muitos anos a coordenação geral ficou a cargo de José de Souza.
Nos anos 70, quando nenhuma empresa de transporte rodoviário de cargas usava computadores, a Dom Vital foi pioneira, adquirindo equipamentos da Sisco, isto devido a reserva de mercado. A linguagem adotada foi o Basic.
Foram criados aplicativos para as diversas áreas que funcionaram até 1993 quando foram substituidos pela linguagem Dataflex, com a implantação do Sist, desenvolvido em parceria com a Sist Global.
A Dom Vital trouxe muitas inovações da aplicação da informática no transporte e que depois seria adotada por quase todas as empresas do setor.
José de Souza, quando esteve à frente do departamento de informática, quando escondeu os êxitos obtidos e fazia questão de abrir as portas da empresa para os concorrentes verem.
A coleta da Dom Vital era uma das mais rápidas e eficientes do mercado e isto devido a um aplicativo simples e objetivo, onde a chave era o número de telefone. Com esta informação era possível acompanhar todo o processo e, utilizando rádios como comunicação entre a base e os caminhões, a mercadoria era retirada, trazendo satisfação ao cliente pela rapidez e ao mesmo tempo diminuindo o custo.
sábado, novembro 25, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
O fim da Dom Vital
A crise financeira se arrastou por quase um ano, até que a Dom Vital encerrou suas atividades de maneira melancólica, com saques e depredação do prédio da Marginal Tietê. Abaixo uma matéria que saiu no Jornal do Commercio de Recife(PE) em 30 de agosto de 1998:
Crise pára a transportadora Dom Vital
por ALEX GOMES
Uma das maiores empresas de transportes de carga do País, fundada em Pernambuco, com patrimônio avaliado em R$ 24 milhões no balanço de 96, está em crise, diante de clientes perplexos e da revolta dos funcionários. A Dom Vital, com 43 anos de atividades, está há dois meses sem movimentar uma só carga entre as capitais onde mantém representantes e tem contra ela, só no Tribunal Regional do Trabalho, em Pernambuco, 115 ações judiciais de funcionários, com pedidos de indenização. Dos 115 processos, 45 começaram este ano e apenas um foi solucionado.
A nova sede da empresa, em São Paulo, uma área de 220 mil metros quadrados na Vila Maria, de acordo com informações de vizinhos, foi invadida por moradores de uma favela próxima, depois que os funcionários retiraram máquinas e estoques de material de trabalho. A mesma situação de abandono acontece na sede pernambucana, na Rua Imperial, onde os 24 mil metros quadrados estão vazios, e os últimos funcionários, há quatro meses sem pagamentos, permanecem tomando conta do patrimônio, única chance de receberem seus proventos atrasados e indenizações.
No balanço de 96, a receita operacional da empresa foi de R$ 90 milhões, contra R$ 78 milhões, em 95. Mesmo assim, o patrimônio líquido caiu de R$ 28 milhões em 95, para R$ 24 milhões em 96. E o prejuízo operacional subiu de R$ 1,6 milhões em 95, para R$ 4,5 milhões, em 96. A rentabilidade negativa sobre o patrimônio foi de 18% em 96, e o volume de endividamento em 45% sobre o patrimônio, também em 96.
"Foi uma questão de família e um passo maior que as pernas, na construção de uma imensa sede em São Paulo, num momento de retração e renovação de estratégias no setor de transportes", diz uma fonte da área de transportes, que prefere não se identificar. O fundador da Dom Vital, o empresário pernambucano João de Deus Ribeiro, evita falar dos detalhes que levaram a Dom Vital à atual situação. Ele nega que seja sócio da empresa hoje, o contrário do que dizem funcionários e clientes consultados pela reportagem. "Vendi minhas cotas em 95, entreguei meu cargo de direção e a empresa ia muito bem até então. Isso é tudo que posso dizer hoje", revelou João de Deus.
Esta outra matéria, saiu no dia seguinte dia 31 de agosto de 1998:
Funcionários lamentam problemas
O empresário pernambucano Luís Guilherme de Lucena, representante no Recife da fábrica paulista Tojo, de amplificadores para carros, perdeu R$ 3,9 mil com 20 amplificadores extraviados, uma encomenda que não foi honrada pelo seguro de carga, cobrado pela empresa, no mês de julho último. "Não há mais ninguém para reclamar, nem para ser acionado pela Justiça. Está tudo abandonado", confirma o representante.
"É incrível como no ano passado a Dom Vital ainda gozava do prestígio de maior transportadora do Estado, e talvez a maior do País. Não foi por outro motivo que fui cliente por quatro anos", revela o comerciante José Maria Pessoa, da Zezo Equipadora, um dos cinco clientes da Dom Vital na vizinhança da Rua Imperial. "Os atrasos de entrega começaram em novembro do ano passado, e em janeiro deste ano, comecei a procurar outras transportadoras", diz José Maria.
Fernando Kitawara, gerente de transportes da Wurt, fábrica de peças de fixação para som de carros, conta que tem uma carga retida, de R$ 7 mil, na sede de São Paulo, vizinha à casa onde mora. Ele vê, todo dia, os favelados construindo barracos no imenso terreno onde antes haviam dezenas de caminhões com a marca Dom Vital, em preto e vermelho.
"Saquearam tudo. E os caminhões sumiram. Não temos esperança de recuperar nossa carga, ou o valor pago pelo transporte. Mas demos sorte, há pendências na Justiça de São Paulo de até R$ 70 mil", conta. A Wurt foi cliente da Dom Vital por oito anos.
Dentro da empresa, duas funcionárias distribuem cartas de recomendação diariamente para os funcionários sem salário batalharem outro emprego. O nome Dom Vital ajuda. Mas a revolta com a situação da empresa que seria o futuro garantido de todos os 181 funcionários da sede no Recife, enche de silêncio a única sala aberta no prédio da Rua Imperial, a sala do departamento pessoal.
Fora do prédio, Antônio da Luz, evangélico, com 38 anos de empresa, diz apenas que estava aposentado e atendeu um pedido pessoal do patrão João de Deus, para voltar à atividade de conferente de cargas, há 3 anos. "Acho que acabou tudo, meu filho", lamenta.
A crise financeira se arrastou por quase um ano, até que a Dom Vital encerrou suas atividades de maneira melancólica, com saques e depredação do prédio da Marginal Tietê. Abaixo uma matéria que saiu no Jornal do Commercio de Recife(PE) em 30 de agosto de 1998:
Crise pára a transportadora Dom Vital
por ALEX GOMES
Uma das maiores empresas de transportes de carga do País, fundada em Pernambuco, com patrimônio avaliado em R$ 24 milhões no balanço de 96, está em crise, diante de clientes perplexos e da revolta dos funcionários. A Dom Vital, com 43 anos de atividades, está há dois meses sem movimentar uma só carga entre as capitais onde mantém representantes e tem contra ela, só no Tribunal Regional do Trabalho, em Pernambuco, 115 ações judiciais de funcionários, com pedidos de indenização. Dos 115 processos, 45 começaram este ano e apenas um foi solucionado.
A nova sede da empresa, em São Paulo, uma área de 220 mil metros quadrados na Vila Maria, de acordo com informações de vizinhos, foi invadida por moradores de uma favela próxima, depois que os funcionários retiraram máquinas e estoques de material de trabalho. A mesma situação de abandono acontece na sede pernambucana, na Rua Imperial, onde os 24 mil metros quadrados estão vazios, e os últimos funcionários, há quatro meses sem pagamentos, permanecem tomando conta do patrimônio, única chance de receberem seus proventos atrasados e indenizações.
No balanço de 96, a receita operacional da empresa foi de R$ 90 milhões, contra R$ 78 milhões, em 95. Mesmo assim, o patrimônio líquido caiu de R$ 28 milhões em 95, para R$ 24 milhões em 96. E o prejuízo operacional subiu de R$ 1,6 milhões em 95, para R$ 4,5 milhões, em 96. A rentabilidade negativa sobre o patrimônio foi de 18% em 96, e o volume de endividamento em 45% sobre o patrimônio, também em 96.
"Foi uma questão de família e um passo maior que as pernas, na construção de uma imensa sede em São Paulo, num momento de retração e renovação de estratégias no setor de transportes", diz uma fonte da área de transportes, que prefere não se identificar. O fundador da Dom Vital, o empresário pernambucano João de Deus Ribeiro, evita falar dos detalhes que levaram a Dom Vital à atual situação. Ele nega que seja sócio da empresa hoje, o contrário do que dizem funcionários e clientes consultados pela reportagem. "Vendi minhas cotas em 95, entreguei meu cargo de direção e a empresa ia muito bem até então. Isso é tudo que posso dizer hoje", revelou João de Deus.
Esta outra matéria, saiu no dia seguinte dia 31 de agosto de 1998:
Funcionários lamentam problemas
O empresário pernambucano Luís Guilherme de Lucena, representante no Recife da fábrica paulista Tojo, de amplificadores para carros, perdeu R$ 3,9 mil com 20 amplificadores extraviados, uma encomenda que não foi honrada pelo seguro de carga, cobrado pela empresa, no mês de julho último. "Não há mais ninguém para reclamar, nem para ser acionado pela Justiça. Está tudo abandonado", confirma o representante.
"É incrível como no ano passado a Dom Vital ainda gozava do prestígio de maior transportadora do Estado, e talvez a maior do País. Não foi por outro motivo que fui cliente por quatro anos", revela o comerciante José Maria Pessoa, da Zezo Equipadora, um dos cinco clientes da Dom Vital na vizinhança da Rua Imperial. "Os atrasos de entrega começaram em novembro do ano passado, e em janeiro deste ano, comecei a procurar outras transportadoras", diz José Maria.
Fernando Kitawara, gerente de transportes da Wurt, fábrica de peças de fixação para som de carros, conta que tem uma carga retida, de R$ 7 mil, na sede de São Paulo, vizinha à casa onde mora. Ele vê, todo dia, os favelados construindo barracos no imenso terreno onde antes haviam dezenas de caminhões com a marca Dom Vital, em preto e vermelho.
"Saquearam tudo. E os caminhões sumiram. Não temos esperança de recuperar nossa carga, ou o valor pago pelo transporte. Mas demos sorte, há pendências na Justiça de São Paulo de até R$ 70 mil", conta. A Wurt foi cliente da Dom Vital por oito anos.
Dentro da empresa, duas funcionárias distribuem cartas de recomendação diariamente para os funcionários sem salário batalharem outro emprego. O nome Dom Vital ajuda. Mas a revolta com a situação da empresa que seria o futuro garantido de todos os 181 funcionários da sede no Recife, enche de silêncio a única sala aberta no prédio da Rua Imperial, a sala do departamento pessoal.
Fora do prédio, Antônio da Luz, evangélico, com 38 anos de empresa, diz apenas que estava aposentado e atendeu um pedido pessoal do patrão João de Deus, para voltar à atividade de conferente de cargas, há 3 anos. "Acho que acabou tudo, meu filho", lamenta.
A Dom Vital na internet
Naquele ano de 1996 a internet começa no Brasil e José de Souza indo a uma palestra e conheceu o Carlos da Cyberspace e o trouxe para fazer a primeira página web do transporte Dom Vital (após o fim da empresa, esta página foi desativada) .
Naquele ano de 1996 a internet começa no Brasil e José de Souza indo a uma palestra e conheceu o Carlos da Cyberspace e o trouxe para fazer a primeira página web do transporte Dom Vital (após o fim da empresa, esta página foi desativada) .
Logotipo da Dom Vital
Em seguida, vários departamentos já contavam com e-mail. Meses depois toda a comunicação entre filiais, antes feita por meio de modens a 9600 e Renpac passaram a trocar informações via ftp.
domingo, novembro 12, 2006
Primeiros anos na Dom Vital
O Antonio Moraes trabalhou na Forest em Recife e depois foi convidado para ir para a “Dom Vital” em São Paulo e tinha como projeto, implantar os serviços rápidos.
José de Souza, um dos primeiros convidados a fazer parte daquela equipe que contou depois com o Lima, José Caliendo e depois Alfeu. Muitos outros foram, mas estas foram as pessoas que mais marcaram.
Moraes convidou José de Souza e o apresentou para o Sr. Sebastião e este disse que não tinha vaga. Souza lembra que não estava pedindo emprego, estava sendo convidado. O Moraes disse “este rapaz conhece qualquer coisa, ele é muito bom”. Sebastião Ribeiro perguntou se conhecia de departamento pessoal. A Dom Vital naquela época não tinha registro nenhum, os controles eram simples.Ficou neste departamento por 30 dias no DP, onde o organizou, indo depois para o faturamento e cobrança.
Neste período em que esteve à frente do faturamento, o Lima começou na empresa, assumindo o faturamento e cobrança. Então, Souza foi convidado pelo Moraes a montar o primeiro serviço rápido da “Dom Vital” e seu primeiro gerente. Moraes viajava muito para Recife e fazia muitos contatos com João de Deus e com Paulo Ribeiro, irmão de Sebastião Ribeiro.
O serviço rápido, onde trabalhou por mais de um ano com vários companheiros. Nesta época o gerente era Sr. Epitácio, que não gostava muito dessas idéias de serviços rápidos e acabou saindo indo para a Relâmpago. E por muitos anos estes serviços cresceram e a empresa também.
O Lima foi convidado para trabalhar em vendas com o Moraes. Mais à frente foi também convidado. E junto com Paiva e outros fizeram a história do departamento comercial. E com o sucesso obtido pelos serviços é que o Moraes conseguiu, junto com os donos, a mudança do nome para Ultra Rápido Dom Vital.
“Dom Vital” crescia a cada ano e instalou sua matriz no Rio de Janeiro. A história da empresa começa no Cambuci e depois na Moóca e por fim, no Parque Novo Mundo.
Souza lembra que o início foi muito difícil. Existiam muitas pessoas dispostas a nos ajudar e outros não. E trabalhavam muitos parentes naquela época. Muitos deles apoiavam o Moraes na idéia de rapidez, prazos, etc. Mais na frente o Epitácio voltou e trabalhou pouco tempo indo depois para a 5 estrelas.
Ouça aqui o áudio
O Antonio Moraes trabalhou na Forest em Recife e depois foi convidado para ir para a “Dom Vital” em São Paulo e tinha como projeto, implantar os serviços rápidos.
José de Souza, um dos primeiros convidados a fazer parte daquela equipe que contou depois com o Lima, José Caliendo e depois Alfeu. Muitos outros foram, mas estas foram as pessoas que mais marcaram.
Moraes convidou José de Souza e o apresentou para o Sr. Sebastião e este disse que não tinha vaga. Souza lembra que não estava pedindo emprego, estava sendo convidado. O Moraes disse “este rapaz conhece qualquer coisa, ele é muito bom”. Sebastião Ribeiro perguntou se conhecia de departamento pessoal. A Dom Vital naquela época não tinha registro nenhum, os controles eram simples.Ficou neste departamento por 30 dias no DP, onde o organizou, indo depois para o faturamento e cobrança.
Neste período em que esteve à frente do faturamento, o Lima começou na empresa, assumindo o faturamento e cobrança. Então, Souza foi convidado pelo Moraes a montar o primeiro serviço rápido da “Dom Vital” e seu primeiro gerente. Moraes viajava muito para Recife e fazia muitos contatos com João de Deus e com Paulo Ribeiro, irmão de Sebastião Ribeiro.
O serviço rápido, onde trabalhou por mais de um ano com vários companheiros. Nesta época o gerente era Sr. Epitácio, que não gostava muito dessas idéias de serviços rápidos e acabou saindo indo para a Relâmpago. E por muitos anos estes serviços cresceram e a empresa também.
O Lima foi convidado para trabalhar em vendas com o Moraes. Mais à frente foi também convidado. E junto com Paiva e outros fizeram a história do departamento comercial. E com o sucesso obtido pelos serviços é que o Moraes conseguiu, junto com os donos, a mudança do nome para Ultra Rápido Dom Vital.
“Dom Vital” crescia a cada ano e instalou sua matriz no Rio de Janeiro. A história da empresa começa no Cambuci e depois na Moóca e por fim, no Parque Novo Mundo.
Souza lembra que o início foi muito difícil. Existiam muitas pessoas dispostas a nos ajudar e outros não. E trabalhavam muitos parentes naquela época. Muitos deles apoiavam o Moraes na idéia de rapidez, prazos, etc. Mais na frente o Epitácio voltou e trabalhou pouco tempo indo depois para a 5 estrelas.
Ouça aqui o áudio
O início
José de Souza veio passar as férias na casa de sua tia em São Paulo, em 1964. Nesta época trabalhava na contabilidade de uma fazenda, em Guararapes.
Gostou de São Paulo e passou a procurar um emprego, quando se deparou com um anúncio de uma vaga para auxiliar de expedição e exigia que o candidato fosse "exímio datilógrafo". Como já tinha muita prática com a máquina de escrever, e acostumado a trabalhar em fazenda, antes das sete da manhã já estava na porta da empresa. Souza lembra até hoje o endereço: "Avenida do Estado, 5315".
Estava na porta quando chegou uma pessoa e perguntou se era candidato a vaga de auxiliar. Respondeu que sim e então esta pessoa tirou o molho de chaves da cintura e o entregou e disse: "rapaz, o escritório fica ali em cima. Abra o escritório que já vou subir". Esta pessoa era o gerente da empresa, Sr. José Caliendo.
Souza abriu o escritório e em seguida chegou João de Brum e o perguntou se era o candidato e pediu para que fizesse o teste que era copiar na máquina de escrever por cinco minutos alguma matéria do jornal "O Estado de São Paulo". Pegou uma folha, colocou na máquina e começou a copiar num ritmo frenético. João de Brum fez sinal para parar e disse: "garoto você é bom demais".
Quando Sr. José Caliendo entrou no escritório e perguntou a João como fora o teste, este respondeu que o candidato era bom demais e por ele estava contratado. Caliendo perguntou a Souza quanto queria ganhar. Disse um valor razoável, informação lhe passada pela tia e, então Sr. José perguntou se poderia começar imediatamente, respondendo que sim.
E assim, Souza iniciou sua carreira na Forest, uma transportadora conhecida pela sua rapidez e confiança em transportar cargas. Nesta época a empresa tinha unidades em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Pelotas, Rio Grande e muito tempo depois, Curitiba. A empresa foi fundada pela família Forest, de origem italiana.
Voltou a Guararapes para pegar suas coisas e pedir demissão do emprego. Disseram que em menos de trinta dias estaria de volta, mas isto não ocorreu e continua em São Paulo e, trabalhando até hoje.
Ficou morando com a tia por quinze dias e depois passou a morar numa pensão próxima a empresa, e nelas ficavam seus companheiros de trabalho, João de Brum e um sobrinho do Sr. Forest. Souza conta rindo que pegar ônibus por quinze dias foi o suficiente.
E desempenhou bem sua função que em três meses tornou-se chefe do escritório e, em um ano já era gerente. E nestas duas mudanças de cargo, recebeu substancial aumento de salário. E na Forest, todos os dias existiam enormes desafios, de fazer com que o armazém ficasse limpo, com todas as mercadorias entregues. Sr. José Caliendo era uma pessoa exigente e primava pelo profisionalismo. Dedicava a maior parte de seu tempo a empresa e, estava sempre preocupado e criar novas maneiras da mercadoria ser entregue com maior rapidez e segurança na casa do cliente. Praticava a transparência, sempre dizendo ao cliente o que ocorria e tanto que no conhecimento da empresa tinha a seguinte frase: "Verifique nosso prazo de entrega". Cumpria o que prometia e ainda pedia ao cliente para confirmar.
Souza passou a acompanhar Sr. José Caliendo nos jogos de várzea na Pompéia, onde jogava Lourenço Diaféria, jornalista e escritor. Iam à missa nos domingos pela manhã e depois passavam na empresa para ver se tinha alguma coisa para ser feita, participava das festas de aniversário de suas filhas. Além do profissional, tornaram-se grandes amigos.
A Forest procurava sempre estar na dianteira, usando veículos melhores e métodos inovadores. Certa vez, caiu uma ponte no estado de Santa Catarina. O exército recuperou rapidamente a ponte, mas poderia passar somente ônibus. Os caminhões tinham que fazer um desvio por uma região difícil de tráfego. Souza lembra que saiu na imprensa da época uma reportagem em que a Forest foi a única empresa que conseguiu chegar com as cargas em São Paulo, em tempo hábil. Quando surgiu os jatos, o Sr. Forest criou o nome "Forjato" e um dos lemas da empresa: "Viajei Forest cheguei bem". A empresa com todas as dificuldades da época, fazia o trecho de São Paulo-Porto Alegre com o prazo de 18 horas e atendia principalmente, a indústria automobilística. O sr. Forest gostava de velocidade e participava de corridas, no autódromo de Interlagos e, por este motivo tinha carros possantes. Palmeirense fanático, sempre convidava os funcionários para assistir os jogos de seu time no final de semana. Sr. José Caliendo no entanto, era corintiano. Tanto que Souza lembra que andava com dois cartões. Um da empresa e outro do Corinthians, benzido pelo Dom Paulo Evaristo Arns, outro corintiano roxo.
As comunicações naqueles anos 60 eram bastante precárias. Tanto que para conseguir um telefonema para Porto Alegre levava dias. E então, usavam para comunicar os embarques, os telegramas da Western Union. E Sr.Forest, José Caliendo e Souza criaram um método para transmitir o máximo de informações possíveis, com o menor custo. Souza exemplifica:
101M597 102D498 TM597 TD597
O que significa isto? No primeiro caso: o caminhão da frota número 101 com carga de miudezas chegará no dia 05 de setembro às 07:00hs – no segundo: o caminhão da frota número 102 com carga direta chegará no dia 04 de setembro às 08:00hs – o terceiro: caminhão de terceiro com miudezas chegará no dia 05 de setembro às 07:00hs – e o quarto: caminhão de terceiro com carga direta chegará no dia 05 de setembro às 07:00hs.
Desenvolveram técnicas também para conferir os cálculos dos conhecimentos, manifestos e faturas. E eram eficientes, visto que o quantidade de erros era mínima.
Por volta de 1967, o Coronel Américo Fontenelle causou polêmica ao mudar o fluxo de trânsito na capital paulista. Aconteceram inúmeros protestos e o coronel para implantar suas idéias em vários pontos colocou o exército nas ruas.
O coronel fez uma palestra na auditório da Pirelli no centro de São Paulo para explicar os motivos desta mudança. Sr. José Caliendo convidou Souza para ir e perguntou a este se sabia dirigir o JK, do Sr. Forest. Souza respondeu que sim e foram da Av. do Estado até o centro testando a nova rota imposta pelo coronel e no caminho via os soldados armados. Ao chegarem ao centro, naquela época não existiam estacionamentos e o jeito foi deixar o carro na rua. E descobriram que não conseguiam fechar o carro. Resolveram deixar o carro na rua aberto e ir assistir a palestra. Ao voltarem o carro estava do mesmo jeito que haviam deixado. Bons tempos aqueles, onde havia segurança.
A Forest acabou sendo vendida para o grupo Calçadas que possuia muitos outros negócios como seguradora, revenda de veículos, etc. Com isto, vieram diretores, gerentes e o entusiasmo do grupo perdeu o fôlego.
Moraes trabalhou com o grupo por uns 90 dias e saiu, indo para a empresa Rodovia Dom Vital. Em seguida levou todo o grupo. Alfeu, o último a sair.
O nome mudado de Rodovia Dom Vital para Ultra Rápido Dom Vital e onde este grupo: Moraes, José Caliendo, Souza e Alfeu transformaram esta empresa em uma das maiores no transporte rodoviário de carga do país.
José de Souza veio passar as férias na casa de sua tia em São Paulo, em 1964. Nesta época trabalhava na contabilidade de uma fazenda, em Guararapes.
Gostou de São Paulo e passou a procurar um emprego, quando se deparou com um anúncio de uma vaga para auxiliar de expedição e exigia que o candidato fosse "exímio datilógrafo". Como já tinha muita prática com a máquina de escrever, e acostumado a trabalhar em fazenda, antes das sete da manhã já estava na porta da empresa. Souza lembra até hoje o endereço: "Avenida do Estado, 5315".
Estava na porta quando chegou uma pessoa e perguntou se era candidato a vaga de auxiliar. Respondeu que sim e então esta pessoa tirou o molho de chaves da cintura e o entregou e disse: "rapaz, o escritório fica ali em cima. Abra o escritório que já vou subir". Esta pessoa era o gerente da empresa, Sr. José Caliendo.
Souza abriu o escritório e em seguida chegou João de Brum e o perguntou se era o candidato e pediu para que fizesse o teste que era copiar na máquina de escrever por cinco minutos alguma matéria do jornal "O Estado de São Paulo". Pegou uma folha, colocou na máquina e começou a copiar num ritmo frenético. João de Brum fez sinal para parar e disse: "garoto você é bom demais".
Quando Sr. José Caliendo entrou no escritório e perguntou a João como fora o teste, este respondeu que o candidato era bom demais e por ele estava contratado. Caliendo perguntou a Souza quanto queria ganhar. Disse um valor razoável, informação lhe passada pela tia e, então Sr. José perguntou se poderia começar imediatamente, respondendo que sim.
E assim, Souza iniciou sua carreira na Forest, uma transportadora conhecida pela sua rapidez e confiança em transportar cargas. Nesta época a empresa tinha unidades em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Pelotas, Rio Grande e muito tempo depois, Curitiba. A empresa foi fundada pela família Forest, de origem italiana.
Voltou a Guararapes para pegar suas coisas e pedir demissão do emprego. Disseram que em menos de trinta dias estaria de volta, mas isto não ocorreu e continua em São Paulo e, trabalhando até hoje.
Ficou morando com a tia por quinze dias e depois passou a morar numa pensão próxima a empresa, e nelas ficavam seus companheiros de trabalho, João de Brum e um sobrinho do Sr. Forest. Souza conta rindo que pegar ônibus por quinze dias foi o suficiente.
E desempenhou bem sua função que em três meses tornou-se chefe do escritório e, em um ano já era gerente. E nestas duas mudanças de cargo, recebeu substancial aumento de salário. E na Forest, todos os dias existiam enormes desafios, de fazer com que o armazém ficasse limpo, com todas as mercadorias entregues. Sr. José Caliendo era uma pessoa exigente e primava pelo profisionalismo. Dedicava a maior parte de seu tempo a empresa e, estava sempre preocupado e criar novas maneiras da mercadoria ser entregue com maior rapidez e segurança na casa do cliente. Praticava a transparência, sempre dizendo ao cliente o que ocorria e tanto que no conhecimento da empresa tinha a seguinte frase: "Verifique nosso prazo de entrega". Cumpria o que prometia e ainda pedia ao cliente para confirmar.
Souza passou a acompanhar Sr. José Caliendo nos jogos de várzea na Pompéia, onde jogava Lourenço Diaféria, jornalista e escritor. Iam à missa nos domingos pela manhã e depois passavam na empresa para ver se tinha alguma coisa para ser feita, participava das festas de aniversário de suas filhas. Além do profissional, tornaram-se grandes amigos.
A Forest procurava sempre estar na dianteira, usando veículos melhores e métodos inovadores. Certa vez, caiu uma ponte no estado de Santa Catarina. O exército recuperou rapidamente a ponte, mas poderia passar somente ônibus. Os caminhões tinham que fazer um desvio por uma região difícil de tráfego. Souza lembra que saiu na imprensa da época uma reportagem em que a Forest foi a única empresa que conseguiu chegar com as cargas em São Paulo, em tempo hábil. Quando surgiu os jatos, o Sr. Forest criou o nome "Forjato" e um dos lemas da empresa: "Viajei Forest cheguei bem". A empresa com todas as dificuldades da época, fazia o trecho de São Paulo-Porto Alegre com o prazo de 18 horas e atendia principalmente, a indústria automobilística. O sr. Forest gostava de velocidade e participava de corridas, no autódromo de Interlagos e, por este motivo tinha carros possantes. Palmeirense fanático, sempre convidava os funcionários para assistir os jogos de seu time no final de semana. Sr. José Caliendo no entanto, era corintiano. Tanto que Souza lembra que andava com dois cartões. Um da empresa e outro do Corinthians, benzido pelo Dom Paulo Evaristo Arns, outro corintiano roxo.
As comunicações naqueles anos 60 eram bastante precárias. Tanto que para conseguir um telefonema para Porto Alegre levava dias. E então, usavam para comunicar os embarques, os telegramas da Western Union. E Sr.Forest, José Caliendo e Souza criaram um método para transmitir o máximo de informações possíveis, com o menor custo. Souza exemplifica:
101M597 102D498 TM597 TD597
O que significa isto? No primeiro caso: o caminhão da frota número 101 com carga de miudezas chegará no dia 05 de setembro às 07:00hs – no segundo: o caminhão da frota número 102 com carga direta chegará no dia 04 de setembro às 08:00hs – o terceiro: caminhão de terceiro com miudezas chegará no dia 05 de setembro às 07:00hs – e o quarto: caminhão de terceiro com carga direta chegará no dia 05 de setembro às 07:00hs.
Desenvolveram técnicas também para conferir os cálculos dos conhecimentos, manifestos e faturas. E eram eficientes, visto que o quantidade de erros era mínima.
Por volta de 1967, o Coronel Américo Fontenelle causou polêmica ao mudar o fluxo de trânsito na capital paulista. Aconteceram inúmeros protestos e o coronel para implantar suas idéias em vários pontos colocou o exército nas ruas.
O coronel fez uma palestra na auditório da Pirelli no centro de São Paulo para explicar os motivos desta mudança. Sr. José Caliendo convidou Souza para ir e perguntou a este se sabia dirigir o JK, do Sr. Forest. Souza respondeu que sim e foram da Av. do Estado até o centro testando a nova rota imposta pelo coronel e no caminho via os soldados armados. Ao chegarem ao centro, naquela época não existiam estacionamentos e o jeito foi deixar o carro na rua. E descobriram que não conseguiam fechar o carro. Resolveram deixar o carro na rua aberto e ir assistir a palestra. Ao voltarem o carro estava do mesmo jeito que haviam deixado. Bons tempos aqueles, onde havia segurança.
A Forest acabou sendo vendida para o grupo Calçadas que possuia muitos outros negócios como seguradora, revenda de veículos, etc. Com isto, vieram diretores, gerentes e o entusiasmo do grupo perdeu o fôlego.
Moraes trabalhou com o grupo por uns 90 dias e saiu, indo para a empresa Rodovia Dom Vital. Em seguida levou todo o grupo. Alfeu, o último a sair.
O nome mudado de Rodovia Dom Vital para Ultra Rápido Dom Vital e onde este grupo: Moraes, José Caliendo, Souza e Alfeu transformaram esta empresa em uma das maiores no transporte rodoviário de carga do país.
A carreira de José de Souza
Todas as pessoas que o conhecem vão concordar: ele é polêmico, visionário, empreendedor e persistente.
E hoje, o setor de transporte rodoviário deve muito a suas idéias e luta para a melhoria dos processos operacionais e administrativos. Exemplos não faltam: o controle da coleta por telefone, a diminuição do tamanho do conhecimento (documento de transporte), a simplificação da fatura, o atendimento a clientes, a informatização dos processos, os tarifários, o código de barras, a adaptação do EDIFACT, o marketing, a formatação de filiais e tantas outras.
É paulista de Guararapes, interior do estado. No final dos anos 60 veio para São Paulo e iniciou sua brilhante carreira na Forest, uma transportadora da qual saíram várias pessoas que tornaram a Dom Vital, uma das maiores empresas de transporte no Brasil. Nesta empresa, implementou quase todas as suas idéias.
Por volta de 1977, quando informática era coisa para universidades e bancos, coordenou a implantação do primeiro sistema desenvolvido para transporte no Brasil, que tornou-se o padrão, utilizado até hoje. Desenvolvido em Basic, este sistema era executado nos equipamentos SISCO. Tempos difíceis no regime militar, quando existia a reserva de mercado de informática e as novidades lançadas no exterior demoravam muito a chegar no país.
A profissionalização do setor de transporte de cargas foi e é uma das suas maiores bandeiras. Buscou muitas pessoas em outros setores e gente nova, com garra e determinação para desenvolver vários projetos.Por isto que a empresa que dirigia tornou-se a maior e melhor empresa do Brasil, ganhando vários prêmios da Revista Exame e outras entidades. A Dom Vital em pesquisas de entidades independentes foi considerada a mais lembrada quanto ao quesito de transporte de cargas e, chegou a faturar US$ 100 milhões, anualmente.
Sob sua coordenação, os sistemas de informática e serviços de coleta e entrega foram formatados, visando atender melhor os clientes. Quando a informação ágil era considerada artigo de luxo, insistia que transportar todo mundo transporta, mas o diferencial estava em entregar rápido e ter as informações do processo nas pontas dos dedos, como dizia Bill Gates. Quando a ISO 9000 era novidade, coordenou o departamento de qualidade total, conseguindo a certificação da empresa em apenas seis meses.
Com excelente retórica, fez palestras no Sindicato dos Engenheiros, NTC, SETCESP e outras entidades.
Sempre viaja ao exterior com o objetivo de enriquecer os seus conhecimentos e trazer experiências inovadoras.
Todas as pessoas que o conhecem vão concordar: ele é polêmico, visionário, empreendedor e persistente.
E hoje, o setor de transporte rodoviário deve muito a suas idéias e luta para a melhoria dos processos operacionais e administrativos. Exemplos não faltam: o controle da coleta por telefone, a diminuição do tamanho do conhecimento (documento de transporte), a simplificação da fatura, o atendimento a clientes, a informatização dos processos, os tarifários, o código de barras, a adaptação do EDIFACT, o marketing, a formatação de filiais e tantas outras.
É paulista de Guararapes, interior do estado. No final dos anos 60 veio para São Paulo e iniciou sua brilhante carreira na Forest, uma transportadora da qual saíram várias pessoas que tornaram a Dom Vital, uma das maiores empresas de transporte no Brasil. Nesta empresa, implementou quase todas as suas idéias.
Por volta de 1977, quando informática era coisa para universidades e bancos, coordenou a implantação do primeiro sistema desenvolvido para transporte no Brasil, que tornou-se o padrão, utilizado até hoje. Desenvolvido em Basic, este sistema era executado nos equipamentos SISCO. Tempos difíceis no regime militar, quando existia a reserva de mercado de informática e as novidades lançadas no exterior demoravam muito a chegar no país.
A profissionalização do setor de transporte de cargas foi e é uma das suas maiores bandeiras. Buscou muitas pessoas em outros setores e gente nova, com garra e determinação para desenvolver vários projetos.Por isto que a empresa que dirigia tornou-se a maior e melhor empresa do Brasil, ganhando vários prêmios da Revista Exame e outras entidades. A Dom Vital em pesquisas de entidades independentes foi considerada a mais lembrada quanto ao quesito de transporte de cargas e, chegou a faturar US$ 100 milhões, anualmente.
Sob sua coordenação, os sistemas de informática e serviços de coleta e entrega foram formatados, visando atender melhor os clientes. Quando a informação ágil era considerada artigo de luxo, insistia que transportar todo mundo transporta, mas o diferencial estava em entregar rápido e ter as informações do processo nas pontas dos dedos, como dizia Bill Gates. Quando a ISO 9000 era novidade, coordenou o departamento de qualidade total, conseguindo a certificação da empresa em apenas seis meses.
Com excelente retórica, fez palestras no Sindicato dos Engenheiros, NTC, SETCESP e outras entidades.
Sempre viaja ao exterior com o objetivo de enriquecer os seus conhecimentos e trazer experiências inovadoras.
terça-feira, outubro 31, 2006
O objetivo deste blog
José de Souza trabalha na área de transportes desde os anos 60 e fez uma brilhante carreira passando pelas empresas mais importantes do país.
Este blog será escrito de acordo com entrevistas pessoais e por e-mail. Prepare-se e, boa leitura!
José de Souza trabalha na área de transportes desde os anos 60 e fez uma brilhante carreira passando pelas empresas mais importantes do país.
José de Souza
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